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Petrobras desiste de vender refinaria dos EUA, alvo de investigação do TCU

Sabrina Valle

A Petrobras desistiu de vender a refinaria de Pasadena, no Texas (Estados Unidos), em processo desencadeado depois de o Grupo Estado, revelar, no ano passado, que o negócio geraria cerca de US$ 1 bilhão de prejuízo à estatal. A presidente da empresa, Graça Foster, disse nesta terça-feira, 19, que será necessário investir na refinaria para que seja valorizada e tenha melhor retorno na venda.

Graça também revelou que pode rever a oferta de outros ativos. Segundo fontes, também a refinaria da Petrobras em Okinawa, no Japão, com capacidade para 100 mil barris/dia, foi um mau negócio para a estatal. A petroleira comprou 87,5% da refinaria em 2008, adquirindo o restante posteriormente.

"Saiu a refinaria de Pasadena (da lista de desinvestimentos), existem outros ativos que estão na iminência de sair", disse a executiva, sem revelar quais.

Segundo Graça, para entrar ou sair do plano de venda de ativos os projetos passam por escrutínio e uma equipe especializada precisa provar se vale a pena manter a venda ou suspendê-la. No balanço do quarto trimestre, a Petrobras lançou uma baixa contábil de R$ 464 milhões referente a Pasadena, valor que já reconhece como perdido.

Plano de negócios

A Petrobras previa no plano de negócios quinquenal divulgado no ano passado desinvestir US$ 14,8 bilhões, sendo parte com operações financeiras que de fato foram realizadas. Agora, projeta vendas de US$ 9,9 bilhões, ou seja, US$ 4,9 bilhões a menos. Graça informou, porém, que no ano passado foram desinvestidos cerca de US$ 4 bilhões.

A presidente também confirmou que estão à venda ativos da Petrobras na Argentina, declinando de fornecer detalhes para não atrapalhar as negociações. Sobre o Golfo do México, onde a estatal tem participação em 175 blocos exploratórios com grande valor de venda, a executiva não teceu comentário. Anteriormente, dissera que o conjunto poderia render à companhia até US$ 6 bilhões.

Graça relatou que houve um rearranjo no portfólio de vendas. A maioria dos ativos foi comprada antes da descoberta do pré-sal, em 2006, e agora a Petrobras precisa levantar recursos no exterior para desenvolver os campos internamente.

Refino no Brasil

A executiva atualizou três projetos de refino em solo brasileiro, que renderam controvérsia pelo orçamento acima do preço de mercado. A refinaria Abreu e Lima (Rnest, em Pernambuco) teve o orçamento elevado em US$ 250 milhões, para US$ 17,35 bilhões. Outros US$ 3 bilhões em pleitos de fornecedores estão em negociação.

A refinaria, pelo menos três vezes mais cara que pares estrangeiras, deveria ter a venezuelana PDVSA como sócia (40%), segundo acordo bilateral de 2005. A venezuelana, contudo, nunca fez aportes. Graça disse que a Petrobras estava prestes a discutir um último aditivo com a PDVSA quando o processo foi interrompido pela morte do presidente Hugo Chávez. Ela informou que tem audiência marcada com a estatal venezuelana para retomar as negociações. A proposta anterior da PDVSA seria pagar sua parte em petróleo.

A Petrobras também mantém oficialmente na geladeira o projeto das refinarias Premium I e II, obras de grande apelo político para serem construídas no Maranhão e no Ceará. Graça negou, todavia, que as refinarias tenham "subido no telhado". "Se teve uma coisa que aprendemos em 2012 foi a importância das novas refinarias, precisamos delas", afirmou.

Fonte: Estado de São Paulo

20/03/2013

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