Chegou a hora do diesel. Essa é a opinião de um grupo de fabricantes de componentes que deseja o fim da restrição que já dura 36 anos, e faz do Brasil único no mundo com esta limitação. A nova entidade será lançada dia 28 de agosto, em Curitiba, durante Congresso da SAE, a Sociedade de Engenheiros da Mobilidade. Em uma conversa com dois destes engenheiros e articuladores, aqui no Rio, ficou bem óbvia a possibilidade de andarmos em carros de passeio a diesel, um dia. Para estes senhores, que ainda não podem ser apresentados, o discurso da matriz de transportes não é consistente e a produção massiva de diesel nas duas novas refinarias premium do Nordeste e na Comperj, aqui do Rio, poderá atender à demanda com folgas. Esta demanda, segundo os engenheiros, nem será tão grande, pois, em primeiro momento, o motor a diesel poderá chegar a táxis e frotistas com necessidade de alta quilometragem mensal.
Outro grande argumento é o rendimento do diesel, bem maior que o da gasolina e o etanol, e a atual tecnologia dos motores, que ficou evidente com a ousadia da Audi, ao vencer Le Mans com o R8, em 2008, com um modelo turbodiesel. A moda pegou, a tecnologia emplacou e as vitórias continuaram. Hoje os troféus vêm com um híbrido diesel elétrico, o R18.
Nós que trabalhamos com carros, já tivemos a oportunidade de tocar nessa moderna tecnologia na Europa. Há modelos que fazem 25 quilômetros por litro e um deles, da VW, já chegou aos 100 quilômetros por litro.
Para o grande público, entretanto, o diesel ainda é aquele motor barulhento e fumarento que trepida sem parar e de onde emanam maus cheiros.
E este é o principal problema desta entidade que nasce tentando construir uma imagem e conquistar o governo e os compradores. O motor diesel moderno é mais avançado, rende mais e polui menos que os a gasolina e etanol. Este último, então, é um argumento a favor do motor diesel, uma vez que a produção de álcool não irá alcançar a demanda, usinas fecham e os preços vão continuar trafegando nas alturas. Com o pré-sal e o plano das refinarias, o diesel passará a ser abundante, já a partir de 2014. E ainda existe o diesel de cana e o biodiesel, em propulsores que podem também queimar etanol, GNV e gasolina. Parece o futuro.
A favor do diesel, ainda, o discurso de elevar a competitividade do carro brasileiro, uma vez que todo mundo, inclusive nos países ao redor, usa motores diesel, os fabricantes nacionais produzem estes propulsores para exportação e estão aptos a iniciar produção local de motores limpos, adequados às novas normas. O preço do carro a diesel poderia custar até 20% mais que os \'flex\' e baixar com o volume de produção, a níveis de 8% mais elevados, como na Argentina, por exemplo.
Contra o diesel, a importação de US$ 4,5 bilhões no primeiro semestre. Conta alta, mas veio com ele US$ 1,8 bilhão em gasolina. Se considerarmos a nossa produção futura e o consumo mais contido, a conta poderá fechar mais equilibrada e bem melhor para o Brasil.
Fonte: Brasil Econômico (Automania)
07/08/2013
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